Dicotomia
Obscuramente, não vos pertenço.
Nem ao sonho,
Nem à vida...
Cantem aos mortos, meus inimigos verdadeiros,
Pois dentro de cada um de nós há o silêncio de um passado inteiro.
Viajantes, por que vos calais para tudo?
O gosto pelas nuvens e pelas montanhas e pelas estradas do espírito
Não é o mesmo que descobre o estranho vício da existência sobre-humana?
Assim que o Tempo terminar o canto do coração,
Seremos mar...
Nascerá de vós, amigos falsos, um filho morto e todo salmo virá à alma para encantar toda forma...
Talvez toda dúvida e também toda partida ou toda a invenção de uma estrela caída.
O que importa ser num instante entrecortado no sempre,
Se podemos esperar pela Esperança montada num cavalo de prata...?
Somos rios imaginários
Somos conchas
Somos livros
Somos advérbios ambulantes...
[E Eco se deita sobre o espelho d'água para beijar Narciso]
Todo amor é fagogênico.
E silenciosamente todo amor descobre o sentido de suas próprias palavras
Quando não há palavras.
[não há mitos para o instante desenhado num céu quase de estrelas]
Claramente, vos perco - imagens tristes.
Agora, não preciso mais de vós ou de outrem.
Agora não me encontro mais no espelho à espera da Esperança.
Agora não mais sou Eco.
Agora redescubro o mar que fui inteiro
feito na lembrança
sem nenhuma linha
me dividindo ao meio
Pertenço a mim mesmo como pedra no fundo mágico de um rio perdido no horizonte.
[Edemir Fernandes Bagon]
O que você escreve toca fundo na minha alma.
ResponderExcluirObrigado pela sensibilidade.
ExcluirOlá!!!
ResponderExcluirPassando para dizer que em um pequeno gesto de carinho, postei um selo para você lá no meu blog. Em agradecimento às belas palavras que me inspiram tanto.
Beijos
Leticia Duns.
Grato, Letícia! Um super abraço!
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