Quântica
com o tempo
as certezas se desfazem
e ficam as inquietações do espírito diante de um mundo triste
ainda que os caminhos sejam conhecidos
os atalhos ficam perdidos nas vilas do sonho
com o tempo
o que fora feito um para o outro
se torna unitário
indiviso
unilateral
o eu se transforma numa
historiografia oficial impressa
conforme a vontade soberana
de um rei imaginário numa corte de tolos ambiciosos
com o tempo
as cores se perdem na ausência da beleza
as flores escrevem na terra a essência
e desabrocham diante dos olhos o que já não são mais
liberdade nua encerrada em textos religiosos enganam
bem como a fé insana vestida em secular orgia de capital verborrágico
com conta legitimada em banco
com o tempo as formas se definem em quântica
e o amor em terça parte quase sempre.
Edemir Fernandes Bagon
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