Morro da Congonha



considere que a vida não seja um encontro mitológico do mar e da terra diante do olhos
que nem mesmo o amor tenha sido o princípio de discursos apostólicos
nem banquetes pagãos

caminhos estreitos da alma guardam flores esperando por frutos
destinos trilhos e montanhas sob pés humanos e corpos alados

para que nos servem as mãos se aquilo que carregamos são valores invisíveis
logotipos pintados nos céus em forma de armas
placas de igrejas declaradas em formulários da fazenda

sejam faustos ou poetas ou doutores
desígnios versos e títulos
mortes esculpidas na areia
caminhantes nus arrastados no asfalto

retirem os símbolos que dão ao ser
o que nos resta ainda senão os sonhos desfeitos
o que nos resta ainda senão contar os dias passados

o que nos resta ainda? aceitar? lutar? contra quem?


Edemir Fernandes Bagon








Comentários

  1. http://www.jb.com.br/rio/noticias/2014/03/17/rio-policiais-que-arrastaram-mulher-por-rua-em-madureira-sao-presos/

    Rio
    17/03 às 10h58 - Atualizada em 17/03 às 13h06
    Rio: policiais que arrastaram mulher por rua em Madureira são presos
    Baleada, ela foi colocada em porta-malas de carro, mas acabou caindo
    Jornal do Brasil
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    Os três policiais militares que participaram do socorro a Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, foram presos após a morte da mulher, arrastada pelo carro após ter caído do porta-malas.

    A auxiliar de serviços gerais foi atingida no rosto e nas costas durante operação policial de combate ao tráfico de drogas na região. De acordo com testemunhas, Cláudia foi colocada no porta-malas do carro da polícia para ser levada ao hospital. Durante o trajeto, o porta-malas abriu e Claudia caiu, sendo arrastada pela rua por vários metros. A PM abriu um inquérito para investigar os fatos.

    Um vídeo de um cinegrafista amador mostra a mulher sendo arrastada por cerca de 250 metros. Cláudia da Silva Ferreira teria ficado pendurada no para-choque do veículo apenas por um pedaço de roupa.

    Os PMs disseram que a mulher ainda estava com vida quando foi levada para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiu. Já a Secretaria de Saúde do Estado informou que ela chegou à unidade já sem vida. O relações-públicas da Polícia Militar, tenente-coronel Cláudio Costa, lamentou a tragédia e disse que a mala do carro da PM vai passar por uma perícia para saber se ocorreu algum problema mecânico que destrancou a porta durante o trajeto até o hospital ou se foi apenas imperícia.

    De acordo com o tenente-coronel, a PM faz o transporte de feridos e com isso salva vidas, mas esse procedimento não é o correto. Segundo Cláudio Costa, o certo é que o socorre às vítimas seja prestado por uma ambulância, mas no caso de Cláudia, disse ele, dificilmente uma ambulância chegaria ao local. Os policiais, completou o relações-públicas, deveriam ter acomodado Cláudia no banco de traseiro da viatura.

    Revoltados, os moradores protestaram contra a ação da polícia. Dois ônibus foram queimados e a Avenida Ministro Edgar Romero foi bloqueada. Segundo os moradores, Cláudia foi baleada pelos policiais do 9º BPM, que subiram o morro atirando. O irmão da vítima, Júlio César Silva Ferreira, disse que a família vai processar o Estado pela forma com que os policiais socorreram Claúdia. "Ela foi jogada no carro de qualquer maneira", afirmou ele revelando ainda que estava confuso com a morte da irmã.

    Juçara da Silva Ferreira, também irmã de Cláudia, disse que viu os policiais colocarem armas ao lado do corpo de um homem que também foi baleado na comunidade. "Vou sentir falta dela", disse Juçara. Claúdia era auxiliar de serviços gerais do Hospital Marcílio Dias e estava casada há 20 anos com o vigia Alexandre da Silva. O casal tem quatro filhos e cuidavam ainda de mais outros quatro sobrinhos. Claudia e Alexandre completaria em setembro 20 anos de casamento.

    Os três policiais envolvidos, dois subtenentes e um soldado, vão responder a inquérito aberto hoje pela PM para investigar os fatos. Os três estão presos no Batalhão Especial Prisional (BEP). Os agentes estão sendo ouvidos na 2ª Delegacia de Polícia Militar Judiciária e serão autuados. As armas usadas na ação no Morro da Congonha foram recolhidas e entregues à Polícia Civil. O delegado Julio Cesar Pyrrho, da 29ª DP (Madureira), solicitou ainda que o carro utilizado no transporte de Claudia passasse por uma perícia.

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  2. Contemos com a Justiça Divina, pois lutar contra símbolos e contra a impunidade...

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