Vestes
são as coisas perdidas no tempo
os encantos das estátuas sob a chuva
os espaços escritos na memória
são os anúncios publicados nos becos
as inúmeras formas de existir no mundo sem forma
são os olhos dos pedintes nas ruas
são os gritos dos filhos do incesto
a pátria morta
a república dos senhores dos grandes empreendimentos
são os pastores cortados na carne e alimentados por demônios
são os criadores da miséria nos planaltos, nas planícies e desertos
são as mãos levantadas no calvário
os apostólicos personagens de uma grande farsa encenada por egos monstruosos
("A Torre de Babel", Van Valckenborgh - séc. XVI) |
no alto do edifício babilônico
estendidas foram as vestes sujas daqueles que vociferam
Edemir Fernandes Bagon
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