Vênus escrevendo cartas de amor
a primeira folha no chão deixada pelo outono
o primeiro tempo do jogo perdido
o nem sempre acometido de um brutal arrependimento
por onde vem o canto de Deus?
das janelas são vistas as asas do anjos...
o teu amor sob o mundo
os ritos explicados por xiitas da escuridão
a capital e o capital do abandono
o estado imperfeito de todos os egos
o insano circunspecto da vida
e os sons trazidos de tão longe para se deitar com o mar
(Vênus escrevendo cartas de amor)
das sementes incrédulas nascem as dores
fakes debruçados em camas giratórias de motéis decadentes
toda a extrema-direita lutando com um martelo e uma foice nas mãos contra a chegada de um anticristo anunciado em seu próprio espelho
um cardume inteiro esperando o cesto a ser dividido em partes iguais
anéis colocados nos dedos da discórdia
vendidos são os olhos da virtude
Edemir Fernandes Bagon
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