Geisha
Das retinas quisera apenas ter o vermelho do sol nascente. O arquétipo escorpiano delineado no corpo em transe. A porta entreaberta. O desejo de permanecer ali para sempre, de retirar o laço e desvendar a alma a partir dos cabelos que deslizavam num lápis.
Um toque na luz da parede do céu. Um gemido dentro do silêncio abocanhado (como se fosse possível ver o que havia no lado de fora da carne doce e macia).
Tudo vertido: a boca noutra boca molhada; os seios de uma geisha tocados num templo de Buda; o dorso claro como um espelho d'água (onde Narciso não ouve, mas ecoa).
Os sinais de pele emaranhados. O caminho das flores. As cadeiras de vime. O lago dos peixes. Os saltos pretos abertos no eclipse da cama.
《Atravessa o destino, com a astúcia do tempo, o que procura alma.》
Edemir Fernandes Bagon
Maravilhoso! Como sempre! <3
ResponderExcluir❤ Seu!
ExcluirMaravilhoso mesmo!
ResponderExcluirObrigado,Ana Bailune!
ExcluirAbraços poéticos!