Com o tempo


[...]

de quando a mãe segurava minha mão 
de quando ela colocava o copo sobre o rádio na hora da missa das seis
de quando eu ficava com medo de não comer tudo que ela colocava no prato na hora do jantar
de quando era obrigatório ir dormir às oito
de quando não podia entrar em casa com os chinelos sujos
de quando no domingo tinha macarronada
de quando na escola havia reza para se fazer a prova de matemática
de quando eu ficava no quintal esperando que ela me chamasse 
de quando me abraçava e também os meus irmãos
de quando havia festas de São João no quintal de casa
de quando ela ouvia as canções de Elis de Jessé de Magal 
de quando ela ficava esperando a carta
de quando ela dançava na varanda com um vestido florido
de quando ela amava o pai tão intensamente quanto a vida
de quando éramos cinco... 

para sempre

edemir fernandes bagon




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