Violência
para remover do caminho os falsos encantos
destituir do poder os homens podres sentados
despir a fraqueza dos horrores do mundo
seduzir as virgens impuras com pupilas dilatadas
seguir em frente com mãos repletas de barro
saciar o corpo com bolor de pão
deixar as formigas andarem sobre os restos no chão
secar as feridas abertas da pobreza nas valas
violência
violência violência
violência
jovens mudos caídos calados nos becos
fogueiras metais e mortos nas ruas
palavras mortas faladas nos cantos
capas e revistas e jornais em salas iluminadas
assassinatos e sangue nos quintais
desordenadas as vozes que os mistérios trazem
coordenadas as mortes que os partidos dizem
visionários hipócritas de massacres feitos
de repente o tempo se cansa e não volta mais
de repente o tempo se cansa e não volta mais
de repente
Edemir Fernandes Bagon
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