Malebolge
Quando saiu de casa, Ryan sentia que não voltaria mais. Um medo estranho no caminho. Pouco tempo depois, descobrira os olhos e percebeu o mundo.
Perdeu as coisas que amava por engano. Desenhou no céu o nascimento de estrelas e, também, o seu ocaso.
Seu era o corpo inalado no espaço.
Quis escrever, quis amar, quis ser o que era antes. Ficou, porém, sentado ali, naquela praça. Os dedos queimados. Havia nos lábios trincheiras. As unhas coçavam-lhe o couro cabeludo. Eram suas as fezes depositadas no centro.
Vale do Rio Flegetonte. Vale da Floresta dos Suicidas. Vale do Deserto Abominável. Cachoeira de Sangue. Ryan, com a cabeça jogada para frente, foi embora para sempre.
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