Balas Fini
O trem aproximava-se da plataforma.
Homens, mulheres e crianças.
Vendedores entoavam suas frases de vendas.
Vozes, moedas e destinos.
Um menino de nove anos segurava uma caixa de papelão e, incansavelmente, repetia :
- Balas Fini, um real! Balas Fini, um real!
Entregou o troco para um passageiro. Encostou a caixa na porta automática. Sentou-se no assoalho. Observou pela janela a presença dos guardas.
"Estação Osasco! Desembarquem pelo lado direito do trem!"
Fingiu que estava procurando onde descer. As portas foram fechadas. Os homens de azul-marinho não entraram.
O menino, então, com sua voz aguda, recomeçava a vida (?).
- Balas Fini, um real! Balas Fini, um real! O rapa partiu, camelô sorriu! Balas Fini, um real!
Edemir Fernandes Bagon
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