Archangelus
Miguel cresceu pertinho do mar.
Brincava todo o tempo com as ondas que vinham despertar a areia da praia.
De longe, a mãe chamava seu nome:
De longe, a mãe chamava seu nome:
- Miguel! Miguel! Vem, anjo!
Um dia, Miguel amarrou uma linha na cabeça de um peixe morto e correu pela orla inteira imitando o barulho de um carro.
A mãe achava graça de ver na mão do seu menino uma linha enrolada nos restos do peixe do mar.
- Miguel! Miguel! Vem, anjo!
A voz da mãe ecoou nos cantos do mundo como a de um arcanjo contra dragões inimigos e anjos infiéis.
Miguel não veio.
Edemir Fernandes Bagon
Acróstico
ResponderExcluirAs vezes eles parecem crianças normais
Riem, brincam e até obedecem aos pais
Contudo, todos sabem que um dia se vão
Há arcanjos e todos demais da civilização.
Apenas aceitemos sua presença portanto
Nunca mostremos curiosidade um quanto
Gente vive como gente, mas arcanjos não
E certo dia sobem ao infinito em abdução.
Longe, no céu, é seu destino sacrossanto
Unidade entre o céu e os que aqui ficarão
Sendo que arcanjos sempre terão encanto.
Belas palavras!
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